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Erros que você não sabe que comete ao se barbear

Qual aparelho? Devo barbear-me a contrapelo? Quanta loção pós-barba usar?


CARLOS GARCÍA MIRANDA / EL PAÍS

Fazer a barba parece simples: um pouco de espuma, lâmina para cima e para baixo, e pronto. Mas a realidade é que todo mundo sabe como fazê-la... mal. Pedimos conselho a Roberto Martín, barbeiro com mais de 20 anos de experiência e responsável pela barbearia Malayerba, cortes e barbeações finas em Madri, e Carles Suñé, jornalista catalão criador do portal No sin mi barba [Não sem a minha barba], que passou ao papel num livro em espanhol. Segundo eles, estes são os erros mais comuns:

1. Molho um pouco o rosto antes de me barbear e então

Para fazer a barba, não há outra maneira, você deve abrir a torneira. Se ousar fazê-la a seco, vai ficar dois dias com o rosto vermelho vivo... Carles indica que a água quente deve ser a primeira a correr: “O calor enfraquece o pelo e a lâmina desliza com mais facilidade. O ideal é tomar uma ducha antes e assim você já fica com os poros abertos”. Roberto, com seu gosto pelo mais clássico, acrescenta o uso de toalhas: “Molhamos a toalha em água quente, tiramos o excesso de água e a colocamos sobre o rosto durante alguns minutos. É pouco habitual fazer isso em casa, mas o vapor liberado pela toalha é o melhor para abrir os poros”. Uma vez começado o corte com a lâmina, é importante fazê-lo no estilo clássico wetshaving, que consiste em manter o rosto hidratado entre cada passada da lâmina, sempre com água quente. O último passo é abrir a torneira na marca azul: “Água fria só quando tiver terminado, para enxaguar e fechar os poros”, conclui Roberto.


2. Sou Clint Eastwood e me barbeio a contrapelo

A primeira coisa que se aprende sobre fazer a barba é que sempre se deve passar a lâmina na direção em que cresce a barba (para descobrir qual é, passe os dedos pelo rosto e quando perceber que parece estar despenteando um cachorro, então você está fazendo isso a contrapelo). Se você passar a lâmina no sentido contrário, ela deslizará muito mais rápido e você acaba antes, embora o normal é que você também acabe “saltando o poro”. “Na terminologia de barbearia, “saltar o poro” significa a típica gota de sangue que brota depois da passagem da lâmina. Se isso acontecer, pare”, diz Roberto, mas ele reconhece a eficácia do método, porque quando a lâmina é passada a contrapelo ela corta mais perto da raiz: “Se sua pele o permite, você pode fazer a segunda passagem da lâmina a contrapelo, mas é importante voltar a colocar espuma”. Dominar a técnica do contrapelo pode levá-lo ao nível Clint Eastwood de barbeação, como Carles chama o mais alto nível, mas também o de Hommer Simpson.

3. Compro o aparelho mais barato

Fazer a barba custa dinheiro; os preços das lâminas são um escândalo, e dos cremes e loções também. Embora Carles esteja convencido de que o que realmente custa os olhos da cara é se barbear no estilo low cost: “Vale a pena usar uma lâmina boa, assim como o aparelho elétrico. Se você economizar, pode acabar com o rosto como o eccehomo de Borja”. Na verdade, não se podem esperar os mesmos resultados de uma lâmina de barbear que se paga com uma nota e aquela que custa algumas moedas; estas muitas vezes têm pouco fio e enferrujam antes. Embora Roberto proponha uma opção em desuso que, na verdade, é mais barata: “Os aparelhos de barbear clássicos, com lâminas substituíveis, são mais baratos que os atuais, mas exigem alguma destreza para usá-los”. Talvez realmente valha a pena aprender a lidar com esses aparelhos vintage especialmente porque são mais sustentáveis que os de plástico.

4. Uso apenas uma mão

Talvez você acredite que não seja necessário, mas quando faz a barba tem de usar sempre as duas mãos. Uma move o aparelho, enquanto a outra mão o acompanha e se dedica a esticar a pele. Carles considera o esticamento uma das pedras angulares da raspagem facial: “Se alguma área é mais difícil, você consegue melhores resultados esticando a pele do que passando a lâmina 20 vezes sobre ela. Na verdade, assim você só consegue irritar a pele”. Ao esticar a pele, o aparelho desliza melhor e você coloca os poros a favor da lâmina, então largue a pia, pois ela não vai cair.

5. Igualo as costeletas olhando para uma bochecha e depois para a outra


A primeira coisa que você tem de fazer para conseguir deixar as costeletas com o mesmo tamanho é não confiar no seu rosto. Acima de tudo, desconfie da altura das orelhas, que é o que normalmente se usa como referência visual na hora de dar forma às costeletas. “É preciso traçar uma linha imaginária saindo do nariz e calcular a partir daí”, diz Carles: “Você também pode tentar colocar os dedos na área de corte a partir da altura da orelha, mas como não somos simétricos, costuma haver falhas”. É importante não estimar a altura a olho e fazer uma espécie de estudo pessoal das suas dimensões. É difícil não errar, mas com a prática e testando diferentes alturas você acaba pegando o jeito e pode ter costeletas tão perfeitas quanto as de Elvis.

6. Movimento o barbeador elétrico com se fosse um aparelho manual

Más notícias: os anúncios de televisão mentiram porque barbeadores elétricos não servem para se barbear diariamente. Alguns quase conseguem, mas, de acordo com Carles, ainda lhes falta algo para atingir a eficácia da lâmina: “Se você usar o barbeador elétrico, não conseguirá um bom resultado. O ideal é combiná-lo com a lâmina; se você tem barba longa, o barbeador elétrico é o melhor para cortar antes de raspar”. O barbeador elétrico como complemento é algo que se descobre depois de testá-lo por alguns dias, embora possa ser muito bom se você movimentá-lo corretamente pelo rosto. Aí costuma estar o erro. Devemos movimentar o aparelho de cima para baixo como a lâmina? Roberto dissipa as dúvidas: “Você tem que movimentá-lo em círculos, fazendo pequenos círculos pelo rosto. É assim que se corta, você percebe pelo som”. Movimentar o aparelho de cima para baixo, como se fosse uma brocha, só faz sentido no final, ao repassar. Em relação aos movimentos circulares, os anúncios dizem a verdade.

7. Coloco toneladas de pós-barba, mesmo tendo a pele sensível

O pós-barba (loção aplicada depois do barbear) vem do tempo em que era preciso passar álcool no rosto para evitar infecções provocadas por cortes, mas hoje não é um produto sempre indicado. Se você é um daqueles que têm a pele sensível, evite as ofertas que incluem a loção pós-barba no pacote da colônia: “Esses pós-barba costumam usar a fórmula da fragrância e têm álcool. É muito melhor aplicar produtos mais naturais, bálsamos ou loções com aloe vera depois do barbear”, diz Carles. Embora nesse aspecto nossos médicos não concordem, Roberto está entre aqueles que apreciam a sensação velha guarda da autêntica loção pós-barba: “Depende da pele, mas algumas pessoas toleram bem a loção. Eu pessoalmente gosto porque me dá essa sensação mais antiga, como nossos pais se barbeavam”.

8. Faço a barba todos os dias

Embora talvez não haja escolha, porque alguns chefes continuam não aceitando a barba de dois dias...

É óbvio que o nível de irritação é maior em quem que se barbeia diariamente, mas Roberto acredita que pode ser suavizado com uma boa preparação antes do barbear: “Primeiro uma ducha para abrir os poros, ou água quente no rosto e, antes da espuma, um óleo pré-barbear, que muita gente já está começando a usar”. Um barbear contínuo requer mais produtos e, portanto, mais tempo, mas o verdadeiro problema é daqueles que têm pele sensível ou pele normal, mas naqueles momentos que está irritada. “Nesse caso, são necessários intervalos entre um barbear e outro, e passar a lâmina sempre a favor do pelo”, acrescenta Carles. Ele destaca também a importância do uso de um creme hidratante diário, a melhor maneira de evitar vermelhidões futuras quando a pele não estiver tão favorável.

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